Com a consolidação do modelo de trabalho híbrido, em que colaboradores alternam entre o escritório e o home office, o gerenciamento de dispositivos se tornou uma das principais preocupações das equipes de TI.
A descentralização dos equipamentos, somada à diversidade de redes e ambientes em que os dispositivos são utilizados, exige soluções robustas, processos bem definidos e uma visão estratégica da infraestrutura tecnológica.
Neste cenário, o controle eficiente sobre notebooks, desktops e dispositivos móveis é essencial não apenas para garantir a segurança da informação, mas também para manter a produtividade e o compliance da empresa.
A área de TI, muitas vezes sobrecarregada por tarefas operacionais, precisa encontrar formas escaláveis de lidar com esses desafios, especialmente considerando a crescente demanda por suporte remoto e a necessidade de manter os sistemas atualizados.
A seguir, vamos explorar os principais obstáculos enfrentados nessa jornada e apresentar boas práticas e tecnologias que têm se mostrado eficazes para empresas de diferentes portes.
Desafios comuns no gerenciamento de dispositivos no trabalho híbrido
Um dos maiores entraves enfrentados pelas equipes de TI é a falta de visibilidade sobre os dispositivos que operam fora do perímetro da rede corporativa. Sem um inventário unificado e atualizado, torna-se praticamente impossível saber quantas máquinas estão ativas, quais são suas configurações e se estão de fato protegidas contra ameaças.
Esse problema se agrava quando a empresa não possui ferramentas de monitoramento remoto adequadas ou quando os dispositivos não estão integrados a uma política de gestão padronizada.
O modelo híbrido expõe os dispositivos a riscos de segurança que, muitas vezes, não são percebidos imediatamente. Máquinas com atualizações pendentes ou que operam em redes domésticas vulneráveis tornam-se alvos fáceis para ataques cibernéticos, como ransomware e phishing.
O uso indevido dos equipamentos corporativos, como a instalação de softwares não autorizados ou o compartilhamento de dados sensíveis em plataformas pessoais, também compromete a segurança da informação e dificulta o cumprimento de normas regulatórias.
A falta de padronização nos processos de entrega, manutenção e desativação de equipamentos também representa um desafio.
Sem rotinas bem definidas de onboarding e offboarding, é comum que dispositivos fiquem “órfãos”, sem controle ou rastreamento, o que amplia ainda mais os riscos operacionais e financeiros para as organizações.
Boas práticas para uma gestão eficiente e segura
Para superar esses obstáculos, é fundamental que as empresas adotem boas práticas estruturadas e compatíveis com a realidade do trabalho híbrido. Essas práticas devem envolver tanto o aspecto técnico quanto os processos organizacionais, criando uma base sólida para o crescimento sustentável da infraestrutura de TI.
Inventário centralizado, políticas de uso e MDMs (Mobile Device Management)
A primeira medida para garantir o controle dos dispositivos é a criação de um inventário centralizado, capaz de registrar, em tempo real, todas as máquinas ativas, seus respectivos usuários, sistemas operacionais, configurações e status de atualizações.
Esse inventário deve ser alimentado automaticamente por ferramentas de gestão, evitando erros manuais e assegurando a precisão dos dados.
A implementação de políticas claras de uso dos dispositivos também é crucial. Tais políticas devem abranger aspectos como permissões de instalação de softwares, utilização de redes seguras, exigência de autenticação multifator e restrições quanto ao armazenamento de dados locais.
Para reforçar o cumprimento dessas normas, o uso de soluções de MDM (Mobile Device Management) permite aplicar configurações de forma remota, bloquear acessos não autorizados e até apagar dados de forma segura em caso de perda ou roubo dos equipamentos.
Essas soluções possibilitam uma gestão proativa dos dispositivos, promovendo maior controle, segurança e eficiência operacional — mesmo quando os colaboradores estão fora do ambiente corporativo.
Processos de onboarding e offboarding de colaboradores
Outro ponto estratégico está nos processos de entrada e saída de funcionários. O onboarding deve incluir a entrega padronizada de dispositivos configurados com políticas e acessos definidos, garantindo que o colaborador esteja apto a trabalhar com segurança desde o primeiro dia.
É importante que esse processo inclua treinamentos sobre boas práticas de segurança e uso adequado dos equipamentos.
Já no offboarding, a prioridade deve ser a revogação imediata de acessos e o recolhimento ou bloqueio remoto dos dispositivos, prevenindo que dados corporativos permaneçam acessíveis após o desligamento.
Uma abordagem automatizada, com checklists e integração com diretórios corporativos, facilita o cumprimento dessas etapas e evita falhas humanas que podem gerar brechas de segurança ou prejuízos financeiros com equipamentos não recuperados.
Como a tecnologia pode apoiar a área de TI no modelo híbrido
A complexidade do trabalho híbrido exige que a área de TI conte com ferramentas tecnológicas avançadas e integradas, capazes de atuar em diferentes frentes — da prevenção à resolução de problemas. Esse apoio tecnológico é essencial para escalar a operação sem comprometer a segurança e a experiência do usuário.
Ferramentas de monitoramento remoto, por exemplo, oferecem visibilidade em tempo real sobre o desempenho, o status de atualizações e os incidentes de segurança em cada dispositivo. Com esses recursos, a TI consegue identificar e resolver problemas antes que eles impactem os usuários finais.
Soluções que incluem atualizações automáticas de sistema e software também são indispensáveis, reduzindo a dependência de intervenções manuais e garantindo que todos os dispositivos estejam sempre protegidos com os últimos patches de segurança.
Outro aspecto importante são os alertas e notificações em tempo real, que permitem à TI agir de forma imediata diante de comportamentos suspeitos ou falhas críticas. Com esses mecanismos, é possível mitigar riscos rapidamente, protegendo os dados e a continuidade do negócio.
A integração com diretórios corporativos, como o Azure Active Directory, e com plataformas de gestão de identidades e acessos, também proporciona uma camada adicional de segurança e governança.
Essa integração permite a aplicação de políticas baseadas em perfis, localização e nível de risco, além de facilitar a automação de processos relacionados a permissões e autenticações.
Por fim, soluções de suporte remoto, como ferramentas de acesso e diagnóstico à distância, reduzem o tempo de resposta e aumentam a satisfação dos usuários.
Ao evitar deslocamentos e possibilitar intervenções rápidas, essas ferramentas otimizam o tempo da equipe de TI e mantêm a operação fluida mesmo em contextos descentralizados.
Conclusão
O gerenciamento de dispositivos no trabalho híbrido é um dos pilares para a continuidade e a segurança das operações nas empresas modernas.
Ao enfrentar desafios como a falta de visibilidade, os riscos de segurança e a necessidade de suporte remoto, a área de TI deve adotar uma postura estratégica e preventiva, baseada em processos bem definidos, ferramentas integradas e boas práticas de gestão.
Mais do que uma questão técnica, a gestão eficiente de dispositivos representa uma oportunidade de liberar a equipe de TI para atuar de forma mais estratégica, focando em inovação e apoio às áreas de negócio.
Com uma abordagem estruturada, é possível reduzir riscos, evitar desperdícios e garantir uma experiência de trabalho híbrido mais segura e produtiva para todos.
Quer saber mais sobre como a tecnologia pode transformar o ambiente de trabalho híbrido? Baixe agora o ebook Produtividade e economia com a tecnologia no trabalho e descubra como preparar sua empresa para os novos desafios do mundo digital.
